terça-feira, 30 de abril de 2019

Hifopem - Contreras Cap1

"Debemos preocuparnos por trazer experiencias, en vez de doctrinas". (Hanna Arendt)
"La verdadera experiencia es así  experiência de la propria historicidade". (Gadamer))

PARTE1: pg 1 até 45

"La experiencia y la investigacion educativa", capitulo 1 escrito por José Contreras Domingo e Nuria Pérez de Lara Ferré, é discutido mais um pouco, na verdade é embasado, os principais conceitos da experiencia  da pratica. Contreras trabalha na mesma linha de experiência de LArrossa, porém esse ultimo por ser filósofo e não educador aborda o tema da experiência de forma mais genérica.

Na perspectiva histórico-cultural de Vygotsky, experiência e vivência são termos equivalentes da mesma coisa. Já na abordagem do Contreras, a vivência é diferente de experiência. Todos passam pela vivência de um evento, mas isso só terno uma experiência se causar transformação. Experimento também é diferente de experiência (pelo menos no portugues!)!

Vale sempre lembrar que a experiência começa quando se está atento na escuta.

Uma experiência, só pode ser considerada assim, se ela não te deixa indiferente: te incomoda, te afeta, te marca e deixa traços em você! (p. 24) Caso contrario é apenas conhecimento adquirido (vivência) e não experiência vivida! A experiência por definição deve envover sentimento (p.23)

A experiência tem haver com o inesperado .. .se apresenta de improviso, interrompendo o que era sabido e previsisvel! E é essa imprevisibilidade que te leva a pensar, verdadeiramente refletir sobre o vivido!

Segundo Contreras, a experiência educativa sempre é um processo negativo, uma vez que supoem confrontar o conhecimento previo ou o conhecimento que não existia. Tira a pessoa da "zona de conforto" (p.24). A grande pergunta é: como manter esse sentimento de se abrir pelo novo na repetitividade e correria do cotidiano educativo?

A experiência está diretamente como cada um enxerga as situações vividas ... experiência e subjetividade são inseparáveis: cada um experimenta de um jeito! Para isso, precisamos sempre enxergar o outro como ele é e não como gostaríamos que ele fosse. E para experimentar esse "algo", é necessário se colcoar como receptor de novos conceito, uma verdadeira passividade, ao mesmo tempo que não é uma morosidade, mas uma passividade ativa, uma vez que só quem se coloca no caminho é que está apto a caminhar.

Se por um lado Contreras discute a experiência da prática, também aborda como é possivel passar da prática à experiência. Na discussão do nosso grupo de pesquisa, entendemos que só é possivel levar experiência à alguem se nós ja experimentamos antes, além de o que se quer favorecer, deve-se praticar também.

Gostei do termo "circulo virtuoso" p.33 entre prática e experiência. Bem melhor que "circulo vicioso" :D

PAra terminar essa primeira parte do capitulo, o autor coloca dois conceitos ainda: o da multidisciplinaridade da educação (ontologia -  psicologia, sociologia, antropologia, sociolinguistica) e o do sentido (qualquer execução mecanica, pode ser considerada sem sentido!)

PARTE2: 45 até 85

Nessa segunda parte o autor continua o seu discurso comentando sobre a subjetivade do mundo da educação, comentando que existem muito mais perguntas que respostas. Na educação não é possivel caminhar se não separarmos o "micro" que está relacionado com as experiências quanto com o "macro" que está vinculado com as estruturas, instituições e ideologias e normalmente é a parte mais focada nas pesquisas academicas.

Um termo interessante que Contreras utiliza é sobre o "encarnar" a experiência, afirmando que a pedagogia só existe se for encarnada. Nesse momento ocorre a aprendizagem .. .quando mudamos nossa forma de ver!!!!

Contreras também gasta palavras identificando as diferenças entre "saber" e "conhecer". Fiz duas analogias para isso:
1) conhecer é uma lagoa, enquanto o saber é um rio quemolda por onde passa, mas também é moldado e influenciado pelas circunstancias ao redor
2) quando se  admira um prato gastronomico que alguem cozinha e pede-se a receita, obtem-se o conhecimento. Mas para que fique identico, é necessário o saber ....

Novamente ele retoma as implicações da experiências vinculadas com o EU e com o OUTRO e a necessidade da escuta. Salientando o obvio ... ainda que tenhamos controle sobre o que falamos, não temos o controle do que o outro escuta e muito menos do que ele fará com aquilo (Hifopem, 2019). O conhecimento científico se transmite ... o saber escapa da captura!

Outro ponto interessante que o autor critica enfaticamente é o que ele chama de "economia do conhecimento" - Ozga 2008 e da mercantilização de produções academicas que ou nem chegam para quem interessa ou se chegam nãoa tingem a prática das escolas, além da "mafia das publicações" (p.62) que também faz questão de expor diferenças entra homens (razão + conhecimento) e mulheres (experiência + emoção) e também diferentes niveis academicos.

O texto tem muito mais do que o que foi colocado aqui, mas termino com um trecho que gostei muito: "Não há um método no caminho da experiência (o caminho se faz ao caminhar!) , ela deve ser o encontro do passado com o futuro, do possível com o impossível, da realidade com o desejo e do padecer com o aproveitar." (p.54)



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