IBIAPINA,
Ivana Maria Lopes de Melo. Pesquisa colaborativa: investigação, formação e
produção de conhecimento. Brasília: Líber Livro Editora, 2005. Série Pesquisa;
vol. 17.
"Sujeitos vivem em um contínuo processo de constituição, um processo interativo que os tornam capaz de recriar sua compreensão de si mesmos e do mundo." Vigotski (2000)
A pesquisa colaborativa na visão da autora é feita a partir de grupos de pessoas e foca a formação de professores que ao final da pesquisa devem ter suas práticas melhoradas ... ou seja, professores e pesquisadores compartilham conhecimento e produzem saberes!!!! A idéia da cooperação (opera junto) é diferente de colaboração (trabalhar junto) - considerqando a etmologia da palavra co=junto. Nesse tipo de pesquisa colaborativa deve acontecer a produção de saberes e a formação continuada.
Esse tipo de pesquisa vem da idéia de pesquisa-ação emancipatória e só será validada realmente como uma pesquisa colaborativo se ao final dela houver uma resolução de problemas ou melhoria de prática. Na pesquisa - ação, a teoria se associa à prática, para ao mesmo tempo que constrói novas teorias, poder construir novas práticas.
A reflexão dever permear todas as etapas da pesquisa, mas três condições devem ser supridas para a pesquisa ser considerada como colaborativa (pesquisa ação emancipatória): 1) colaboração, 2) circulo-reflexivo e 3) co-produção entre pesquisadores e professores.
"O exercício reflexivo realizado com base nas perguntas sugeridas transcende os conhecimentos prévios internalizados pelos professores, gerando novas necessidades, novos questionamentos e novass aprendizagens." Ibiapina (2005)
A reflexão dever permear todas as etapas da pesquisa, mas três condições devem ser supridas para a pesquisa ser considerada como colaborativa (pesquisa ação emancipatória): 1) colaboração, 2) circulo-reflexivo e 3) co-produção entre pesquisadores e professores.
"O exercício reflexivo realizado com base nas perguntas sugeridas transcende os conhecimentos prévios internalizados pelos professores, gerando novas necessidades, novos questionamentos e novass aprendizagens." Ibiapina (2005)
Parte 3: Ferramentas, recursos e procedimentos metodológicos utilizados na produção e difusão da pesquisa colaborativa
As pesquisas que se utilizam de processos colaborativos
podem: 1) auxiliar o pensamento teórico, 2) fortalecer a ação, 3) abrir caminho
para o desenvolvimento profissional e pessoal, sempre considerando que o
pensamento e a linguagem estão inter-relacionados e favorecem os ciclos
sucessivos de reflexão critica entendendo que pratica e teoria não são opostos.
A autora apresenta uma revisão
bibliográfica justificando o processo reflexivo como formativo. Algumas
considerações encontradas: é acadêmico, eficiente socialmente,
desenvolvimentista, permite reconstrução social, possui um alto nível de
realidade técnica, além de relacionar o conhecimento cientifico cultural (o que
ensina) com o psicopedagógico (como
ensina). Pode se apresentar em dois eixos : tradicional paradigma cientifico) e
pratico reflexivo (usa a pratica como reflexão).
Para operacionalizar a
reflexividade no contexto de uma pesquisa colaborativa, é necessário haver uma
sistematização do processo reflexivo a partir de ações formativas:
1 – descrição (o que fiz)
2 – informação (o que
significa)
3 – confronto (qual a função)
4 – reconstrução (a partir dos
três itens anteriores, gerada a partir da compreensão)
A autora passa a apresentar os procedimentos
mediadores na construção de uma pesquisa colaborativa.
- diálogos face a face
Como sugestão, a autora apresenta as entrevistas individuais
ou coletivas, constituindo importante experiência tanto para a pesquisadora
quanto para os participantes. Elas ajudam a clarificar aspectos, determinar
problemas, compreender ações, uma vez que os participantes verbalizam os
sentidos construídos. Indiferente do tipo de entrevista, ela deve sempre ser
reflexiva.
- videoformação no conceito da pesquisa colaborativa
A sugestão é por filmar aulas que
posteriormente devem ser revistas e refletidas podendo: descrever, informar,
confrontar e reconstruir os conceitos interpretados. A sessão de filmagem é
feita: filmagem, discussão, remontagem dos pontos principais e uso coletivo
para relfexão interpsicológica e intrapsicológica. Algumas sugestões de
perguntas são apresentadas para cada etapa da pesquisa (descrição, informação,
confronto e reconstrução).
- fios de histórias: narrativa (auto)biográfica
As várias denominações existentes
para esse tipo de pesquisa, dependem especificamente do agir do pesquisador. Na
história de vida, por exemplo, o pesquisador é quem dirige o diálogo.
Apesar das variações de cada
pesquisador sobre o tema, todos concordam que é por meio das narrativas de
histórias de vida que os professores revelam elementos que compõem o pensar e o
agir profissional. Isso faz com que não seja possível separar o profissional da
pessoa. Sendo inclusive isso entendido como uma das vantagens desse tipo de
método.
- a observação colaborativa
Três fases: 1) observação de aulas; 2) momento reflexivo; 3)
construção de uma reflexão critica com princípios formativos. Apesar de parecer
simples, deve usar metodologias adequadas, com perguntas pré organizadas. O
observador também deve tomar vários cuidados como local, organização,
explicação, confiança, metodologia e outros.
- sessões reflexivas
Acontecem normalmente após a
observação ou após a entrevista. Vários estudos citados pela autora consideram
as sessões como dispositivo que auxilia o professor a analisar a relação entre
seus objetivos e suas práticas. Algumas etapas: 1) descrição da prática; 2) situar o seu
processo dentro dos conceitos de ensino-aprendizagem (com ajuda de etextos
didáticos que sustentem uma reflexão critica); 3) perceber, com a ajuda do
pesquisador, se os objetivos foram alcançados (análise).Assim, o objetivo de
reconstruir as práticas pode ser efetivado.
Problemas para escrever .... quem não tem?
Considera-se que as práticas de
escrita tem presença insignificante no
processo de escolarização dos indivíduos, e isso acontece por vários motivos:
resistência, má experiência, falta de intimidade, falta de incentivo, e outros.
Essas dificuldades, no momento da pesquisa tendenciam o pesquisador a cópia e
reprodução. Assim,nos próximos tópicos, a autora tenta dar sugestões que possam
facilitar a produção de textos de pesquisa colaborativa. - arregaçando as mangas / - narração realista /- narração
processual /- narração reflexiva / - para não quebrar a rocha (coloco esse
subcapítulos juntos, não por serem de menor importância, mas por serem de
tamanho menor e altamente relacionados)
O primeiro ponto é sempre deixar claro qual a questão que
está sendo trabalhada e colocar metas reais. Um bom exercício é começar fazendo
relatórios menores, demonstrar ideias e explicações organizadas. A estrutura de
texto da pesquisa colaborativa é a mesma dos demais relatórios de pesquisa. O
texto deve sempre procurar facilitar a compreensão do que pretende-se explicar.
Uma sugestão interessante é descansar por um período do
texto, lendo outras coisas, conversando com outras pessoas e submetendo o texto
para outros lerem (pelo menos três!).
Escrever não é fácil, mas pode ser treinado; envolve
exercício gradativo e permanente para que os limites sejam superados. A imersão
em processos discursivos é o que conduz a um bom texto e uma comunicação
eficaz, afinal é o único meio pelo qual se torna acessível ao leitor a
observação e teorização sobre o tema escolhido. Pode acontecer de três
maneiras: 1) narração realista (pesquisador menos visível e mais cientifico com
uma narração bem objetiva e formalizada; é o mais comum); 2) narração
processual (usa-se a primeira pessoa, envolve o falar de si e de emoções, com o
pesquisador assumindo pressupostos; o mais comum é a forma de diário de campo);
3) narração reflexiva (introduz uma reflexividade no texto acadêmico,
explicitando de onde e para quem escreve, detalhando como constrói os dados,
como analisa, quais as questões, refletindo sobre erros e acerto; não existe
texto único e verdadeiro pois representa uma reconstrução histórica e social;
as origens costumam ser as formas de trabalho citadas anteriormente). Escrever
é difícil ... mas é possível com as escolhes certas.
"Passagem de consumidor (passivo dos escritos de outros) à situação de autor (ator) não é um processo fácil, mas é necessário" Bianchetti (2006)
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